A agressividade e a violencia sempre estiveram presentes na Historia da humanidade, desde seus primordios, quando serviam para que o Homem pudesse sobreviver nesse mundo. Podemos afirmar que sao emocoes inerentes ao ser humano. Sabemos que a forma de expressa-las e que foram variando de acordo com o passar dos tempos. A afirmacao de que “o Homem e responsavel pelos seus atos”, no entanto, pode parecer obvia para nos, modernos, mas nem sempre foi assim. A responsabilidade pelos proprios atos nao nasceu com o Homem, ela formou-se, aos poucos, com o caminhar das culturas que nos antecederam. Ate meados do Periodo Arcaico de nossa historia seculo VII e VI aC- eram os deuses os responsaveis pelos atos humanos. Isso porque, para que o Homem possa responder por suas acoes, e necessario que esse Homem possua um contorno existencial que o delimite em relacao ao meio em que vive e que o deixe nao mais a merce da influencia dos deuses mas, sim, que o dote da categoria psicologica da vontade. So a partir dai podemos dizer que existe, nesse Homem, aquilo que chamamos de Subjetividade, a nocao de si mesmo. Essa passagem em nossa trajetoria, da submissao aos desejos divinos para a nocao de si mesmo, foi o ponto necessario para que nos tornassemos responsaveis por nossos atos, o que determinou a necessidade de Leis, de normas de comportamento, e a configuracao da Justica. Esse livro pretende mostrar essa trajetoria entre a formacao da Subjetividade e a formacao do Direito, de onde nasceu a area da ciencia denominada Psiquiatria Forense.
Autor
Sergio Paulo Rigonatti
Psiquiatra Clinico e Forense, Doutor em Psiquiatria pela Universidade de Sao Paulo. Coordenador do Nufor do IPq-HCFMUSP, Diretor Tecnico de Saude do IPq-HCFMUSP, Professor de do IPq-HCFMUSP e da Academia de Policia (SP).
Maria Lucia Camargo de Andrade
Psicologa de orientacao Psicanalitica. Psicoterapeuta do Servico de Psicoterapia do Hospital das Clinicas da Universidade de Sao Paulo.