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Aprender A Ler E Escrever: Bases Cognitivas E Práticas Pedagógicas – Resenha

APRENDER A LER E A ESCREVER
Bases Cognitivas e Práticas Pedagógicas – Volume I

(1ª edição 2019 )
Organizadoras: Maria José dos Santos / Sylvia Domingos Barrera

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Volume I da trilogia A criança, a leitura e a escrita , assim como os outros dois volumes destinam-se como apoio a formação de professores, seja inicial ou continuada, bem como dar subsídios aos cursos de graduação e pós-graduação relacionados a temas como Psicolinguística e Psicologia Cognitiva da Leitura destacados nos cursos de Psicologia e -Pedagogia. Neste primeiro volume destacam-se os processos e habilidades cognitivas linguísticas básicas envolvidas na aprendizagem inicial da língua escrita, distribuídos em 12 capítulos.

O capítulo 1O Cérebro que aprende a ler, Jane Correa e Jainne Martins Ferreira, trazem o conceito de neuroplasticidade e sua relação com o aprendizado da leitura, que é a habilidade do cérebro humano em modificar-se, seja por resposta a mudanças fisiológicas ou no ambiente, não  apenas a um estímulo físico, mas também em decorrência de experiências psicossociais dos indivíduos, fazendo breve reflexão sobre o  sentimento de aprovação  e satisfação para as crianças que aprendem ler, que se  contrapõe-se aos das que apresentam dificuldade, revelando baixa autoestima além de comportamentos agressivos e certa recusa em aprender. Discorrem sobre as áreas cerebrais fundamentais para a leitura, trazendo a luz a importância do desenvolvimento da linguagem oral para a aprendizagem da leitura e escrita e, por fim, descrevendo as transformações que a aprendizagem da leitura traz para o cérebro em Colocando o cérebro para ler, descrevendo áreas neurológicas importantes e fundamentais para aquisição da leitura.

No capítulo 2 Para um olhar positivo sobre o papel da família na literacia familiar, as autoras Fernanda Leopoldina Viana, Joana Cruz e Iolanda Ribeiro nos envolvem com a  literacia familiar, definida como a “capacidade de ler e escrever”, e/ou a “capacidade para perceber e interpretar o que é lido”, que engloba um conjunto de práticas que os pais, as crianças e outros membros da família realizam, reconhecendo o quanto a participação da família contribui para esta aquisição. A valorização da literacia e suas práticas mantém estreito relacionamento com o fato de crianças viverem  cercadas de um contexto em que a leitura e a escrita se fazem presentes, o que as conduzirá à construção de conhecimentos do que é ler e escrever, causando curiosidade e vontade de ler, não apenas livros, mas todo universo impresso.

O capítulo 3Letramento emergente, educação infantil e aprendizagem inicial da leitura e da escrita apresentado por Danielle Andrade S. Castro, Regiane Kosmoski Silvestre Gatto e Sylvia Domingos Barrera, definem a abordagem do letramento emergente com base em suas relações com os conceitos de letramento e alfabetização, além de trazerem à luz  a contribuição dessa abordagem para a educação pré-escolar e a aprendizagem inicial da leitura e escrita. Em outro momento, fazem uma breve apresentação da estrutura do Programa Decole (Desenvolvendo competências de letramento emergente) que tem por objetivo geral “proporcionar aos educadores que trabalham com crianças pré-escolares um conjunto estruturado de atividades que contribuam para o desenvolvimento das competências de letramento emergente, termo utilizado para se referir a um conjunto de capacidades, conhecimentos e atitudes que se constituem como precursores do desenvolvimento da leitura e da escrita.

Chegando ao capítulo 4 O que sabem as crianças sobre textos antes de aprenderem a ler e a escrever? a autora Alina Galvão Spinillo discute acerca do conhecimento sobre textos apresentados por crianças ainda não alfabetizadas, fornecendo exemplos que ilustram esse conhecimento com base em resultados de pesquisas realizadas, além de ressaltar o papel das características e propriedades dos textos sobre esse conhecimento. Sabe-se que o conhecimento de crianças sobre textos é investigado segundo a compreensão leitora e a composição escrita, geralmente em crianças que apresentam algum domínio sobre ambas, entretanto neste capítulo será discutido esse mesmo conhecimento em crianças que ainda não sabem ler nem escrever.   ao grupo, encerrando aqui a Parte I desta obra.

Antonio Roazzi, Alena Nobre e Luciana Hodges abordam no capítulo 5 intitulado  A interferência do realismo nominal aquisição e compreensão dos sistemas motivacionais sobre a importância do desenvolvimento da consciência metalinguística e seu fator relevante na aquisição da escrita e fazem uma análise em como a incompreensão da natureza arbitrária da língua revela-se em empecilho inicial à aquisição dos sistemas notacionais. Para finalizar referem implicações educacionais e procedimentos didáticos importantes na compreensão da arbitrariedade da língua.

No capítulo 6 O conhecimento do nome das letras e o aprendizado inicial da leitura e da escrita, Cláudia Nascimento Guaraldo Justi e Tatiana Cury Pollo, têm por objetivo nos apresentar algumas implicações para a prática educacional obtidas nos resultados obtidos em pesquisas, fazendo uma revisão de estudos que realizaram de maneira empírica, sobre a relação entre o conhecimento do nome das letras e a aprendizagem da leitura e da escrita, revelando um foco sensível ao fator conhecimento do nome das letras e os fatores subjacentes ao seu desenvolvimento.

Em Consciência Fonológica: como a incluir nas práticas diárias de sala de aula, título do Capítulo 7 da obra, Janete Teixeira de Lyra e Zena Eisenberg discorrem sobre  consciência fonológica em seus diversos aspectos, como rimas, aliterações, sílaba, palavras e fonêmica, baseadas em exemplos claros; refletem ainda sobre a relação entre consciência fonológica a aprendizagem da leitura e escrita, bem como o papel da escola.

Apresentar as bases cognitivas e linguísticas da aprendizagem da leitura e escrita, descrever modelos cognitivos de aprendizagem da língua escrita e apontar e discutir as habilidades favorecedoras da aprendizagem da leitura e escrita são a base do Capítulo 8 Como se aprende a ler e a escrever: a compreensão do princípio alfabético , escrito por Sylvia Domingos Barrera e Maria José dos Santos, que finalizam o capítulo apresentando propostas pedagógicas a serem utilizadas no desenvolvimento das  habilidades e conhecimentos facilitadores da compreensão do princípio alfabético.

                                               O Capítulo 9 Escrita: não basta transcrever a fala, é preciso ortografar tratado por Maria José dos Santos, Ana Luíza Navas e Fraulein Vidigal de Paula, fala sobre a constituição da língua portuguesa escrita e sua ortografia, bem como uma análise linguística das relações entre sons e letras na escrita do português brasileiro. Também descrevem a classificação dos erros ortográficos encontrados na escrita de alunos brasileiros, além de discutirem fatores relacionados à aprendizagem da ortografia do português brasileiro sob o efeito da escolarização, hábitos de leitura, o processamento da informação visual, o conhecimento das normas ortográficas e suas considerações. Para ilustrar, sugestões de  atividades para trabalhar regularidades ortográficas diretas, ortográficas contextuais e ortográficas morfossintáticas finalizam o texto, sendo complementado por um breve glossário.

Em Pensando sobre os morfemas: o impacto do treino de consciência morfológica na aprendizagem da ortografia, Capítulo 10 da obra, Silvia Brilhante Guimarães introduz o conceito de consciência morfológica e sua influência na aprendizagem da ortografia revelando essa habilidade do indivíduo em identificar e compreender as menores unidades linguísticas de significado que integram uma palavra. Completando o tema, apresenta resultados de intervenções em consciência morfológica bem como estratégias didáticas de intervenção favoráveis ao desenvolvimento da consciência morfológica.

                                               No Capítulo 11 Jane Correa e Giuliana Ramires descrevem em Fluência de leitura: o que é? A que serve? Como a desenvolver? O conceito de fluência de leitura e sua importância,  os desafios encontrados no processo da leitura bem como sua compreensão e as habilidades necessárias para tal desempenho.

                                               Finalizando esta obra de grande valor e potencial, o que são funções executivas, como elas contribuem para a aprendizagem da linguagem escrita e práticas pedagógicas favoráveis ao bom desenvolvimento das mesmas nos alunos, são descritas de maneira clara e fiel por Giovanna Beatriz Kalva Medina e Sandra regina Kirchner Guimarães no Capítulo 12 A importância das funções executivas para a aprendizagem da linguagem escrita.

                                              

Resenha elaborada por Sonia Regina Baptista Cepellos, Psicóloga na Ômega Livraria & Psicologia Integrada Eireli.

 

Sorocaba , 18/11/2021

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